Nota de Esclarecimento sobre a proibição do uso do escudo do Botafogo no livro da Turma do Roma
Esta nota tem o objetivo de esclarecer os seguidores da Turma do Roma, os demais torcedores e a quem mais interessar, sobre a repercussão que se deu em relação ao meu comentário a amigos apoiadores do meu trabalho, que se indignaram publicamente em relação à resposta do Botafogo de Futebol e Regatas – por meio do seu setor de licenciamento/marketing -, sobre a minha solicitação de publicar o livro A arte de torcer pelo Botafogo – as tirinhas da Turma do Roma, proibindo a utilização do escudo do clube nos desenhos.
Antes de tudo, apropriado saber que a proposta do livro compreende uma coletânea de mais de duas centenas de tirinhas, desenhadas por mim, Paulo Romai – o Roma, ao longo de mais de sete anos, buscando representar, de forma bem-humorada, autoral e independente, os sentimentos e comportamentos vivenciados pelos torcedores do Botafogo de Futebol e Regatas, clube cercado de superstições e singularidades.
Assim que considerei haver conteúdo suficiente para publicar um livro, há quase dois anos, venho buscando um contato junto aos canais oficiais do clube com o objetivo de: (1) torná-lo ciente da proposta do livro; (2) de verificar se haveria a possibilidade do clube se interessar numa parceria institucional ou mesmo num simples apoio à divulgação, pois entendia que o projeto poderia gerar alguma receita ou retorno para o clube, além do valor da publicação em si.
Depois de várias tentativas infrutíferas, ora sem retorno ou posicionamento, no início deste ano tive a grata surpresa de ser convidado a apresentar pessoalmente a proposta do trabalho e de deixar um exemplar do livro ao setor de licenciamento do clube, que ficou de avaliá-lo e de, inclusive, considerar a possibilidade dele ser um produto oficial, com pagamento de royalties ao clube.
Há dois meses, fui comunicado da impossibilidade do livro ser um produto oficial, em função de outros projetos em curso no clube, razão pela qual solicitei ao menos o consentimento em relação à publicação de forma independente, conforme o exemplar cedido.
Ontem, houve a formalização que eu poderia lançar o livro mas que a utilização do escudo do clube seria vedada.
Essa limitação, contudo, se colocada em prática, inviabiliza e descaracteriza completamente a obra, visto que há a representação gráfica do escudo em TODAS as tirinhas, uma vez que os personagens estão devidamente uniformizados com as camisas do clube (por alto, estimo que no livro deve haver a representação do escudo mais de mil vezes).
Compreendo o cuidado que o clube tem de zelar pela sua marca, de lutar contra produtos piratas e de quem possa tentar fazer uso indevido do distintivo do clube, mas não posso deixar de externar a minha frustração com a completa insensibilidade desta decisão, tendo em vista o exposto e o histórico de tratativas e do meu trabalho.
Não dá para escrever um livro sobre o Botafogo sem escrever a palavra “Botafogo”, assim como não dá para desenhar personagens torcedores do Botafogo sem desenhar o escudo do Botafogo na camisa.
Fico me perguntando se, em vez da representação da minha família e dos meus amigos em desenho, eu tivesse registrado fotos da minha vida com a camisa do clube e quisesse publicar um livro “Botafogo, minha vida em fotos”, se eu teria que suprimir o escudo de todas as fotos.
Face à repercussão, gostaria que houvesse a oportunidade para reencaminhar o projeto do livro na sua forma original, COM a representação em desenho do escudo do Botafogo ostentado no peito nos personagens de todas as tirinhas, como torcedores do Botafogo que são.
Por fim, fica o agradecimento a quem é da Turma do Roma e aos que apoiam meu trabalho, em especial aos amigos Ednaldo Fernandes, Cesar Oliveira e Clara Casé, além de Rafael Casé, Zé Fogareiro, Fernando Molica e Rodrigo Medeiros, que gentilmente aceitaram referendar o livro, na quarta capa.
Paulo Romai – o Roma