Garrincha
Drummond, Garrincha… e Biriba
“Se há um Deus que regula o futebol, esse Deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios. Mas, como é também um Deus cruel, tirou do estonteante Garrincha a faculdade de perceber sua condição de agente divino. Foi um pobre e pequeno mortal que ajudou um país inteiro a sublimar suas tristezas. O pior é que as tristezas voltam, e não há outro Garrincha disponível. Precisa-se de um novo, que nos alimente o sonho.”
Carlos Drummond de Andrade
O Botafogo é pura poesia
O aniversário dos ilustres botafoguenses Garrincha (18/10/1933) e Vinicius de Moraes (19/10/1913) antecedem o dia 20 de outubro, data em que é celebrada o dia do poeta. Seria uma coincidência, se não fosse o Botafogo, é claro. Afinal, Garrincha foi o poeta maior do futebol e Vinicius o nosso “poetinha maior”, alcunha carinhosa a que Tom Jobin lhe teria atribuído.
A tirinha acima foi inspirada e tomou como referência um comentário do (igualmente) poeta Carlos Drummond de Andrade, no qual: “Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão. Quer dizer, da poesia em estado natural. Eu queria ter sido Vinicius de Moraes”.